Um dos melhores jogadores holandeses da história, Wesley Benjamin Sneijder é o protagonista desta semana da coluna “Craques Esquecidos”.
Dono de uma carreira vitoriosa, técnica refinada e grande visão de jogo, o meia de 33 anos conquistou muitos títulos e na maior parte das vezes fez sucesso por onde jogou. Com passagens por: Ajax, Real Madrid, Inter de Milão, Galatasaray e Nice, o jogador atualmente defende a equipe catari do Al-Gharafa. Apesar da carreira já consolidada, as últimas temporadas não foram das melhores e depois de uma passagem bem apagada na França, o atleta acaba de se transferir para uma liga de pouco alcance e importância.
Desde os tempos das categorias de base do Ajax F.C, Sneijder já despontava como uma das grandes promessas holandesas da década. Aos 18 anos, o jovem estreava profissionalmente defendendo as cores do time de Amsterdã e por lá ficou durante cinco temporadas. Pelo clube holandês, foram 181 jogos disputados e 59 gols marcados. Além disso, o craque foi Bicampeão Holandês (2003/04, 2004/05), Bicampeão da Copa Holandesa (2005/06, 2006/07) e Campeão da Supercopa Holandesa (2007). Por conta do futebol de alta qualidade apresentado nos Países Baixos, o atleta despertou interesse do Real Madrid, que estava disposto a investir. Em agosto de 2007, os espanhóis desembolsaram cerca €27 milhoes para comprar o jogador e reforçar o seu elenco galático. Entretanto, o seu desempenho na equipe espanhola não foi como o esperado. Apesar de uma boa primeira temporada, o holandes não conseguiu manter a alta performance dos tempos de Ajax e atuou apenas em duas temporadas no clube de Madri. Pelos “Blancos” foram 66 jogos, 11 gols, um Campeonato Espanhol (2007/08) e uma Supercopa Espanhola (2007/08). Logo após a Eurocopa de 2008, o meio-campista se transferiu para a Inter de Milão por cerca de €15 milhões e no clube italiano viveu o auge de sua carreira.
Em sua primeira temporada pelos Nerazzurri (2009/10), Wesley Sneijder conquistou todos os campeonatos disputados pelo clube: UEFA Champions League, Campeonato Italiano, Copa da Itália e Mundial de Clubes. Por causa de sua temporada fantástica, foi nomeado ao time do ano da FIFA e eleito o melhor meia de 2010. Apesar de suas incríveis performances e todos os títulos conquistados, o craque não foi sequer indicado para concorrer ao prêmio de melhor jogador do mundo. A sua não nomeação é motivo de contestação e debates até os dias de hoje. Nas duas últimas temporadas pelo clube de Milão, o jogador conquistou mais uma Copa da Itália (2010/11) e a Supercopa da Itália (2011). Com 116 jogos e todos os troféus obtidos, Sneijder firmou seu nome na história da Inter. Na metade da temporada 2012/13, os turcos do Galatasaray ofereceram €7,5 milhões aos italianos e puseram um fim na sua vitoriosa passagem pela Itália.
Recém-chegado em Istambul, não demorou para o “maestro” cair nas graças da torcida dos “Leões”. Em sua primeira temporada na Turquia, o atleta foi importante na conquista do Campeonato Turco de 2013 e na boa campanha da equipe na Uefa Champions League. Aos poucos, virou ídolo e colocou seu nome na história do clube do Sudeste europeu. Em cinco temporadas, disputou 175 jogos, anotou 46 gols, foi Bicampeão Turco (2012/13 e 2014/15), Tricampeão da Copa da Turquia (2013/14,2014/15 e 2015/16) e Tricampeão da Supercopa da Turquia (2013/14, 2015/16 e 2016/17). Confira um vídeo mostrando a forte ligação entre Sneijder e a torcida do Galatasaray (veja aqui).
No ano de 2017, o meia-atacante se transferiu para a França e passou a ser parte do elenco do OGC Nice. Em terras francesas, disputou apenas 8 jogos durante os quatro meses em que foi jogador do Nice e não marcou nenhum gol. Após uma passagem frustrante pelo território de Napoleão, acabou sendo negociado em uma transferência gratuita para o Al-Gharafa, equipe do Catar.
Atuando pela Seleção Holandesa, Sneijder participou de 133 jogos e marcou 31 gols. Embora nunca tenha sido campeão pela “Laranja Mecânica”, o armador coleciona participações em três Eurocopas (2004,2008 e 2012) e três Copas do Mundo (2006,2010 e 2014). Em 2010, o jogador foi o principal carrasco da Seleção Brasileira na Copa ao marcar os dois gols da vitória por 2×1 da Holanda que eliminou o Brasil da competição. Ademais, após guiar os holandeses até o vice-campeonato mundial, foi eleito o segundo melhor jogador do torneio.
É bem verdade que o holandês não precisa provar mais nada em sua carreira. Contudo, o futebol mostrado em suas últimas temporadas não é semelhante ao que o fez ser cotado entre os melhores do mundo. A transferência para a Ásia só mostrou que, no momento, o craque não tem mais condições de competir de igual para igual nas grandes ligas europeias. Com a não classificação da Holanda para a Copa do Mundo, se torna ainda mais provável a possibilidade de não vermos o atleta em notícias ou sendo tema de debates de programas esportivos por um bom tempo. Por isso, com sua ida ao Catar, o craque da Seleção Holandesa pode ter dado um enorme salto para a sua aposentadoria e para um esquecimento dos fãs do futebol.
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