Bernard Anicio Caldeira Duarte é o personagem desta semana do nosso quadro “Craques Esquecidos”. Com um estilo de jogo ousado, muita determinação dentro de campo e um grande carisma diante das câmeras, o mineiro de 24 anos não demorou muito para cair nas graças da torcida brasileira. O “alegria nas pernas”, assim chamado pelo técnico Felipão, fez história vestindo a camisa do Atlético-MG e atualmente defende as cores do Shakhtar Donetsk, equipe ucraniana. É bem verdade que o meia vive seu melhor momento na Europa. Contudo, seu nome já não tem mais a mesma importância e repercussão de tempos atrás .
Nascido em Belo Horizonte-MG, o craque fez toda sua trajetória nas categorias de base vestindo a camisa do galo mineiro. Em 2010, o atleta foi emprestado à equipe do Democrata de Sete Lagoas para a disputa da segunda divisão do Campeonato Mineiro e acabou se destacando por lá. Em 16 jogos, anotou 14 gols, média de quase um gol por partida e foi um dos melhores do torneio. No ano seguinte, o jogador voltou ao Atlético e marcou seu nome na história do clube após duas grandes temporadas. Formando um quarteto fantástico com Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Jô; o meia atuou em 98 partidas, marcou 22 gols e participou da conquista da primeira Taça Libertadores do clube mineiro. Além disso, foi duas vezes campeão mineiro (2012,2013) e eleito a revelação do Campeonato Brasileiro (2012). No ano da conquista da Libertadores, o atleta foi vendido ao Shakhtar Donetsk por R$ 77 milhões, tornando-se a venda mais cara da história de um clube mineiro e após a Copa das Confederações de 2013, Bernard se apresentou ao clube ucraniano para realizar seu sonho de jogar na Europa.
Entretanto, a adaptação ao velho continente foi uma das maiores dificuldades encontradas pelo atleta. Nas três primeiras temporadas jogando pela equipe ucraniana, o meia acumulou más atuações e desavenças com seu antigo treinador, Mircea Lucescu. Em um dos episódios, Mircea disse em uma entrevista que Bernard deveria ser mais homem e chorar menos, o que deixou o jogador ainda mais insatisfeito. Sob o comando de Lucescu, o mineiro participou de 91 jogos, marcou 11 gols, conquistou um Campeonato Ucraniano (2014) e 2 Supercopas Ucranianas (2013, 2014). Após a troca de técnico em 2016, o jogador viu seu futebol voltar a crescer. Nas duas últimas temporadas, o meia entrou em campo 61 oportunidades, fez 16 gols, foi novamente campeão ucraniano (2017), conquistou mais uma supercopa ucraniana (2017), ganhou duas copas da Ucrania (2016,2017) e foi indicado ao prêmio de melhor jogador do Shakhtar Donetsk (2017).
Com a seleção brasileira, o belo-horizontinho realizou 14 partidas, anotou um gol e foi campeão da Copa das Confederações em 2013. Além disso, o meia também fez parte do elenco que disputou a Copa do Mundo de 2014 e foi encarregado com a difícil missão de substituir Neymar nas semifinais da competição diante da Alemanha. A atuação de Bernard, assim como durante toda a competição, foi péssima e depois disso nunca mais foi convocado para a seleção novamente.
Depois de um bom ano de 2017, talvez o melhor desde que se transferiu para o leste europeu, o jogador foi especulado em alguns clubes brasileiros e europeus. Porém, o jogo apresentado pelo “alegria nas pernas” passa longe do que se viu nos tempos de Atlético-MG e que fez com que milhares de brasileiros se encantassem pelo seu futebol.
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